lá dentro a impressão já fora ótima. interlocutor que interage. não sei qual é o princípio da psicanálise que diz que o analista deve ouvir. isso se aplica? existe de fato? usei a expressão "de fato" muitas vezes durante a sessão e me senti repetitiva e então me policiei. isso quer dizer que as coisas que eu falei ocorreram como foram narradas por mim? eu as cristalizei pela minha perspectiva e as deixei estáticas, chapadas como uma pintura rupestre sem graça?
ele me provocou; eu gostei. isso é um fato. quero análise com um grilo falante. quero uma consciência fora de mim, me cutucando com a vara curtíssima, me ferindo, me abrindo. saí de lá vibrante, quase feliz. não encontro a música que quero ouvir porque não sei qual é. parece que me limitei e ouço, ouço, ouço, mas não é o que quero escutar, não é a música que corresponde a como me sinto. quando eu canto junto com a música, me sinto potente, afinada, mimetizada; quando canto sozinha, sou só uma voz desafinada, perdida no meu próprio ritmo.
é como buscar o que comer quando não se sabe do que tem fome. você come o mundo, o regurgita e continua insatisfeito. quero me satisfazer. quero entender o desejo, o meu desejo, por que o desejo para daí poder gozar.
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