Acabando de arrumar as coisas para ir para o sítio do Calo e da Adri.
Cinco dias de muita agitação e loucuras em Varginha - aham, que vê, pensa - tah, não haverá loucuras, só o culto à natureza, muita comida, muita vadiagem e vídeos engraçados provavelmente.
Domingo eu volto, para daí ficar maluca com a semana da colação e do aniversário... tô ansiosa porque nunca tinha feito uma festa festa festa, e mesmo sabendo que não vai ser A festa, vai ser muito mais do que eu já fiz em qualquer tempo...
E as pessoas que eu gosto e que são importantes para mim estarão lá, e é isso que me deixa mais feliz! Espero que todo mundo se divirta h-o-r-r-o-r-e-s!!!
É isso, vou acabar de guardar bagulhinhos aleatórios em malinhas...
Para quem fica: até a volta!
quarta-feira, 15 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
=DDD
A cada dia um pouco mais perto, meu dia!
Vou fazer 25 anos, e penso que sou nova, mas ao mesmo tempo não sou mais uma adolescentezinha, sou uma jovem adulta, com responsabilidades de adulto maduro, hehe, e isso é meio ruim porque tenho a impressão de que quanto mais crescemos, menos podemos mostrar quem realmente somos.
Temos que ter mais maneiras, mais trato com os outros, menos explosões, mais paciência, mais seriedade... isso é um saco! Ser adulto parece querer dizer: não seja espontâneo, não sorria para desconhecidos, não arrote em público, seja educado, demonstre força e responsabilidade, bla bla bla...
Tão bom ser criança!
Mas tudo bem, vamos seguindo porque cada minuto a mais é um minuto a menos...
Feliz porque está praticamente certo que minha colação de grau será no dia do meu aniversário, e isso deve querer dizer alguma coisa boa!
Feliz porque no 2° semestre, passo pra outro nível do meu inglês, tendo ontem, na prova oral recebido elogios do professor, segundo ele eu falo bem, perguntou até se eu estava no livro certo, hehe, fiquei me achando, sem modéstia!
Enfim, feliz!
Vou fazer 25 anos, e penso que sou nova, mas ao mesmo tempo não sou mais uma adolescentezinha, sou uma jovem adulta, com responsabilidades de adulto maduro, hehe, e isso é meio ruim porque tenho a impressão de que quanto mais crescemos, menos podemos mostrar quem realmente somos.
Temos que ter mais maneiras, mais trato com os outros, menos explosões, mais paciência, mais seriedade... isso é um saco! Ser adulto parece querer dizer: não seja espontâneo, não sorria para desconhecidos, não arrote em público, seja educado, demonstre força e responsabilidade, bla bla bla...
Tão bom ser criança!
Mas tudo bem, vamos seguindo porque cada minuto a mais é um minuto a menos...
Feliz porque está praticamente certo que minha colação de grau será no dia do meu aniversário, e isso deve querer dizer alguma coisa boa!
Feliz porque no 2° semestre, passo pra outro nível do meu inglês, tendo ontem, na prova oral recebido elogios do professor, segundo ele eu falo bem, perguntou até se eu estava no livro certo, hehe, fiquei me achando, sem modéstia!
Enfim, feliz!
domingo, 5 de julho de 2009
Medo do bicho-papão?
Eu sempre gostei de filmes de terror, e em grande parte influenciada pelo meu irmão, Felipe. Os filmes de terror sempre exerceram um fascínio enorme sobre mim. O medo que causam, a náusea, o horror. A morte está sempre tão perto, e fazendo parte do ciclo da vida é triste que a vejamos como um fim, como a prova cabal de que somos frágeis e finitos, de que vamos acabar algum dia. Sentir-se vivo, é pra isso que existem os filmes de terror? Para que nos sintamos vivos, para ver que poderíamos ser os próximos, para mostrar o quão doentia pode ser a mente humana, e o quanto de dor ela é capaz de infligir?
Ok, tirando a parte mais drástica e subjetiva, eu nem lembro quando comecei a ver filmes de terror, mas é provável que o primeiro tenha sido Hellraiser, eu tinha 5 ou 6 anos, meu irmão tinha 4 anos a mais que eu, e adorava essas coisas. Eu assisti o filme de gaiata na história, e apesar de hoje, já tê-lo assistido inúmeras vezes, a cena de que me lembro na época, é a do personagem Frank voltando do inferno, sem pele, com todos os músculos e veias à mostra, isso pode ser realmente traumatizante para uma criança, e por um tempo, certamente, foi.
Depois disso, vieram os filmes do Brinquedo Assassino, que me deixavam de cabelos em pé! Ops, acabo de lembrar que antes de Hellraiser, Freddy Krueger já me assombrava, pois assistíamos a sua série no Cinema em Casa, que muito antigamente passava à noite. Eu tinha tanto medo das garras de aço, que sempre que ia sair da cama, não colocava os pés diretamente no chão, eu pulava da cama para o chão, a uma distância relativamente segura, que garantisse que o Freddy não me puxaria para debaixo da cama.
Durante o dia, conseguia olhar olhar debaixo dela, e ver que não havia nada ali, mas à noite, tudo mudava. Eu tinha medo de ficar sozinha no escuro, mas não era um medo histérico, eu não gritava, pelo menos não para fora, mas por dentro milhões de coisinhas sinistras passavam pela minha cabeça, avisando que alguma coisa estranha aconteceria no próximo minuto, mas depois que a vista se acostumava ao breu, e sempre havia uma claridade que me deixava enxergar os contornos dos móveis, eu me aquietava.
Já vi incontáveis filmes de horror, desde os mais "trash" como Palhaços Assassinos do Espaço Sideral, que é um clássico desse gênero até o mais horripilante ever, sem comparações, O Exorcista, que eu também assisti pela primeira vez ainda muito nova, mas que até hoje me causa repulsa e medo, por todo o contexto. Quer dizer, já o assisti umas vinte vezes, já vi seu making of, já assisti a todas as continuações, conheço-o de cabo a rabo, e mesmo assim, de alguma forma ele me apavora, e por isso tenho enorme respeito por esse filme.
Hoje em dia, bem, hoje em dia é difícil eu assistir a algum filme que me apavore. Há bons filmes, com bons sustos, mas nada muito profundo.
É engraçado falar sobre isso enquanto estou sozinha, vou dormir sozinha... Acho que começo a exorcizar meus próprios demônios, porque é como minha mãe sempre disse: não devemos ter medo dos mortos, e sim, dos vivos. São pessoas de carne e osso as que podem nos fazer algum mal. Os mortos descansam, ou não.
Ok, tirando a parte mais drástica e subjetiva, eu nem lembro quando comecei a ver filmes de terror, mas é provável que o primeiro tenha sido Hellraiser, eu tinha 5 ou 6 anos, meu irmão tinha 4 anos a mais que eu, e adorava essas coisas. Eu assisti o filme de gaiata na história, e apesar de hoje, já tê-lo assistido inúmeras vezes, a cena de que me lembro na época, é a do personagem Frank voltando do inferno, sem pele, com todos os músculos e veias à mostra, isso pode ser realmente traumatizante para uma criança, e por um tempo, certamente, foi.
Depois disso, vieram os filmes do Brinquedo Assassino, que me deixavam de cabelos em pé! Ops, acabo de lembrar que antes de Hellraiser, Freddy Krueger já me assombrava, pois assistíamos a sua série no Cinema em Casa, que muito antigamente passava à noite. Eu tinha tanto medo das garras de aço, que sempre que ia sair da cama, não colocava os pés diretamente no chão, eu pulava da cama para o chão, a uma distância relativamente segura, que garantisse que o Freddy não me puxaria para debaixo da cama.
Durante o dia, conseguia olhar olhar debaixo dela, e ver que não havia nada ali, mas à noite, tudo mudava. Eu tinha medo de ficar sozinha no escuro, mas não era um medo histérico, eu não gritava, pelo menos não para fora, mas por dentro milhões de coisinhas sinistras passavam pela minha cabeça, avisando que alguma coisa estranha aconteceria no próximo minuto, mas depois que a vista se acostumava ao breu, e sempre havia uma claridade que me deixava enxergar os contornos dos móveis, eu me aquietava.
Já vi incontáveis filmes de horror, desde os mais "trash" como Palhaços Assassinos do Espaço Sideral, que é um clássico desse gênero até o mais horripilante ever, sem comparações, O Exorcista, que eu também assisti pela primeira vez ainda muito nova, mas que até hoje me causa repulsa e medo, por todo o contexto. Quer dizer, já o assisti umas vinte vezes, já vi seu making of, já assisti a todas as continuações, conheço-o de cabo a rabo, e mesmo assim, de alguma forma ele me apavora, e por isso tenho enorme respeito por esse filme.
Hoje em dia, bem, hoje em dia é difícil eu assistir a algum filme que me apavore. Há bons filmes, com bons sustos, mas nada muito profundo.
É engraçado falar sobre isso enquanto estou sozinha, vou dormir sozinha... Acho que começo a exorcizar meus próprios demônios, porque é como minha mãe sempre disse: não devemos ter medo dos mortos, e sim, dos vivos. São pessoas de carne e osso as que podem nos fazer algum mal. Os mortos descansam, ou não.
sábado, 4 de julho de 2009
Talvez, o último depoimento
Nunca pensei que o rumo de minha vida mudaria tão de repente, e de maneira tão grotesca que nem sei dizer o quanto.
Precisava comprar papel higiênico. O último rolo acabara há pelo menos dois dias, mas evitando os supermercados, estávamos usando o rolo de guardanapos. Então naquele dia de sol repentino no inverno frio, resolvi ir até o mercado.
Entrei no carro, o mesmo CD tocava pela milhonésima vez, mas eu continuava a cantarolá-lo. Até aí, tudo bem. Pensava na vida enquanto dirigia o carro no "automático". Foi quando olhando para as pessoas que passavam pela rua, surgiu um homem de bermuda, segurava uma camisa vermelha no ombro, e andava desengonçado pela calçada, mas não era um desengonçado qualquer, ele andava de forma realmente sinistra, mas isso passou batido - pensei ser somente um bêbado caminhando numa manhã de sábado - até que o tal homem agarrou uma senhora que andava perto dele, e começou a mordê-la! O sangue começara a lhe escorrer do seio, e ela em pânico pedia ajuda. Outros transeuntes vendo a cena bizarra agarraram o homem que conseguiu se esquivar, apesar de sua magreza e aparente fragilidade corporal. O sujeito, então, mordeu igualmente os outros dois homens que tentavam, em vão, apartá-lo da pobre senhora. Era tanto o sangue que escorria e banhava a calçada de perdrinhas brancas, que fiquei realmente chocada!
Mas tudo acontecera muito rápido, isso aconteceu no instante de um sinal fechado, que quando abriu, eu só queria estar longe dali, mas minha curiosidade mórbida, fez com que eu desse a volta na quadra, e quando eu voltei à cena novamente, policiais que caminhavam por ali tentavam conter o homem. Ouvi o barulho de sirenes se aproximando... o homem fora algemado, mas a senhora agonizava no chão sem que muito pudesse ser feito por ela.
Quando a ambulância chegou, deram-na como morta, e os outros dois homens que também haviam sido mordidos pelo sujeito pareciam agressivos. Uma multidão formara-se em volta do circo de horrores. Enquanto moviam a velha numa maca, ela segurou com força o braço do socorrista, numa cena de filme de zumbis, e foi só então que eu percebi que era disso que se tratava tudo: zumbis!
A carnificina estava feita. Muitos gritavam, assustados, e sem entender o que se passava. Outros saíram correndo para não ter que ver como acabaria a história, e eu sou uma dessas pessoas.
Vim para casa, tranquei tudo e liguei a TV. Nos jornais disseram que a tal nova gripe parece sofrer uma mutação que deixa pessoas infectadas por ela violentas e sedentas por sangue e carne humana... e tudo isso aconteceu hoje, aqui no Kobrasol.
Consigo ouvir pessoas gritando pelas ruas, e sirenes incessantes a todo o momento. Sempre quis fazer parte de um filme de zumbis, mas não queria ser eu, um deles.
Estou com medo de sair de casa, mas assim que conseguir suprimentos, vou subir para o salão de festas, e esperar pelo pior. A todos que por ventura aqui aparecem, saibam que o apocalipse está aí na rua, acontecendo nesse exato momento, e eu nunca pensei que viveria para vê-lo.
Adeus...
Precisava comprar papel higiênico. O último rolo acabara há pelo menos dois dias, mas evitando os supermercados, estávamos usando o rolo de guardanapos. Então naquele dia de sol repentino no inverno frio, resolvi ir até o mercado.
Entrei no carro, o mesmo CD tocava pela milhonésima vez, mas eu continuava a cantarolá-lo. Até aí, tudo bem. Pensava na vida enquanto dirigia o carro no "automático". Foi quando olhando para as pessoas que passavam pela rua, surgiu um homem de bermuda, segurava uma camisa vermelha no ombro, e andava desengonçado pela calçada, mas não era um desengonçado qualquer, ele andava de forma realmente sinistra, mas isso passou batido - pensei ser somente um bêbado caminhando numa manhã de sábado - até que o tal homem agarrou uma senhora que andava perto dele, e começou a mordê-la! O sangue começara a lhe escorrer do seio, e ela em pânico pedia ajuda. Outros transeuntes vendo a cena bizarra agarraram o homem que conseguiu se esquivar, apesar de sua magreza e aparente fragilidade corporal. O sujeito, então, mordeu igualmente os outros dois homens que tentavam, em vão, apartá-lo da pobre senhora. Era tanto o sangue que escorria e banhava a calçada de perdrinhas brancas, que fiquei realmente chocada!
Mas tudo acontecera muito rápido, isso aconteceu no instante de um sinal fechado, que quando abriu, eu só queria estar longe dali, mas minha curiosidade mórbida, fez com que eu desse a volta na quadra, e quando eu voltei à cena novamente, policiais que caminhavam por ali tentavam conter o homem. Ouvi o barulho de sirenes se aproximando... o homem fora algemado, mas a senhora agonizava no chão sem que muito pudesse ser feito por ela.
Quando a ambulância chegou, deram-na como morta, e os outros dois homens que também haviam sido mordidos pelo sujeito pareciam agressivos. Uma multidão formara-se em volta do circo de horrores. Enquanto moviam a velha numa maca, ela segurou com força o braço do socorrista, numa cena de filme de zumbis, e foi só então que eu percebi que era disso que se tratava tudo: zumbis!
A carnificina estava feita. Muitos gritavam, assustados, e sem entender o que se passava. Outros saíram correndo para não ter que ver como acabaria a história, e eu sou uma dessas pessoas.
Vim para casa, tranquei tudo e liguei a TV. Nos jornais disseram que a tal nova gripe parece sofrer uma mutação que deixa pessoas infectadas por ela violentas e sedentas por sangue e carne humana... e tudo isso aconteceu hoje, aqui no Kobrasol.
Consigo ouvir pessoas gritando pelas ruas, e sirenes incessantes a todo o momento. Sempre quis fazer parte de um filme de zumbis, mas não queria ser eu, um deles.
Estou com medo de sair de casa, mas assim que conseguir suprimentos, vou subir para o salão de festas, e esperar pelo pior. A todos que por ventura aqui aparecem, saibam que o apocalipse está aí na rua, acontecendo nesse exato momento, e eu nunca pensei que viveria para vê-lo.
Adeus...
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Nostalgia
Ando nostálgica...
Quanto mais o tempo passa, mais procuro recordações que me lembram tempos felizes, diferentes... Não que os dias presentes sejam ruins, são de independência e aspirações, mas se acaso tivesse consciência da efemeridade dos momentos passados, talvez fossem eles mais aproveitados...
Ontem fez oito anos que meu pai morreu... numa segunda-feira à tarde eu soube, e ele já estava sendo enterrado. Quantas perdas a vida nos reserva? Com o tempo perdemos tudo, até mesmo as recordações...
Olho para uma de minhas únicas fotos quando pequena, vestido branco, de chapéu - eu adorava chapéus - e de sapatos vermelhos... ainda lembro de ser brava e voluntariosa já naquela época... meu rosto na foto é confuso, como a vida.
O que nos nos reserva o tempo? Cura de mágoas, de arrependimentos... Definitavamente crescemos com nossos erros, aperfeiçoamos nossas escolhas... Olhamos para trás e rimos ou choramos, ainda assim, vamos vivendo.
Além da nostalgia, a melancolia tem me acompanhado, o choro fácil, a emoção repentina... Tudo tem afetado o corpo que envelhece a cada dia... Orgulho das melhores coisas - Ana -, saudades das relações mais difíceis - com a minha mãe - ainda procurando o sentido do rumo que a vida toma... Saudades dos tempos em que todos éramos felizes, pelo menos momentaneamente, juntos, todos nós, juntos, mesmo aqueles que não fazem mais parte da vida atual porque quem em algum momento fez parte disso tudo, de toda a história, sabe que certas coisas ficam para sempre... ou talvez não...
O ombro amigo, o conselho dado e recebido, as conversas intermináveis, gargalhadas pela madrugada, cinzeiros repletos, ruas de cima, descobertas, desilusões, brigas e adolescência, choros e birras, escândalos e discussões, abraços e soluços, paciência, muita paciência...
Crescer de repente, ter alguém que depende inteiramente de você, que te cobra, que te irrita, mas que você ama infinitamente, e sempre chora quando vê que está crescendo...
Apesar de não saber quem eu sou, ainda, sei que tudo, tudo pelo que passei, com quem passei, como passei, quando passei, tudo isso me fez melhor... mas ainda há tanto chão, tanto caminho, tanto pelo que viver que me sinto cansada...
Cansada, mas a gente continua, para alguém que fez parte disso, a gente continua, de um jeito que talvez nunca saibamos, porque o impacto e a presença que temos nas vidas de algumas pessoas pode ser enorme e marcante, um pequeno momento, um gesto simples, algumas palavras fazem com que nos tornemos eternos para alguém...
O que aprendemos, o que ensinamos, mesmo que através de nossos erros, sempre há uma lição, uma ideia, uma intenção, pois não escrevemos apenas a nossa história, também fazemos parte da história de muitos... mesmo que um dia isso se perca, houve um momento em que pensávamos que duraria para sempre.
Quanto mais o tempo passa, mais procuro recordações que me lembram tempos felizes, diferentes... Não que os dias presentes sejam ruins, são de independência e aspirações, mas se acaso tivesse consciência da efemeridade dos momentos passados, talvez fossem eles mais aproveitados...
Ontem fez oito anos que meu pai morreu... numa segunda-feira à tarde eu soube, e ele já estava sendo enterrado. Quantas perdas a vida nos reserva? Com o tempo perdemos tudo, até mesmo as recordações...
Olho para uma de minhas únicas fotos quando pequena, vestido branco, de chapéu - eu adorava chapéus - e de sapatos vermelhos... ainda lembro de ser brava e voluntariosa já naquela época... meu rosto na foto é confuso, como a vida.
O que nos nos reserva o tempo? Cura de mágoas, de arrependimentos... Definitavamente crescemos com nossos erros, aperfeiçoamos nossas escolhas... Olhamos para trás e rimos ou choramos, ainda assim, vamos vivendo.
Além da nostalgia, a melancolia tem me acompanhado, o choro fácil, a emoção repentina... Tudo tem afetado o corpo que envelhece a cada dia... Orgulho das melhores coisas - Ana -, saudades das relações mais difíceis - com a minha mãe - ainda procurando o sentido do rumo que a vida toma... Saudades dos tempos em que todos éramos felizes, pelo menos momentaneamente, juntos, todos nós, juntos, mesmo aqueles que não fazem mais parte da vida atual porque quem em algum momento fez parte disso tudo, de toda a história, sabe que certas coisas ficam para sempre... ou talvez não...
O ombro amigo, o conselho dado e recebido, as conversas intermináveis, gargalhadas pela madrugada, cinzeiros repletos, ruas de cima, descobertas, desilusões, brigas e adolescência, choros e birras, escândalos e discussões, abraços e soluços, paciência, muita paciência...
Crescer de repente, ter alguém que depende inteiramente de você, que te cobra, que te irrita, mas que você ama infinitamente, e sempre chora quando vê que está crescendo...
Apesar de não saber quem eu sou, ainda, sei que tudo, tudo pelo que passei, com quem passei, como passei, quando passei, tudo isso me fez melhor... mas ainda há tanto chão, tanto caminho, tanto pelo que viver que me sinto cansada...
Cansada, mas a gente continua, para alguém que fez parte disso, a gente continua, de um jeito que talvez nunca saibamos, porque o impacto e a presença que temos nas vidas de algumas pessoas pode ser enorme e marcante, um pequeno momento, um gesto simples, algumas palavras fazem com que nos tornemos eternos para alguém...
O que aprendemos, o que ensinamos, mesmo que através de nossos erros, sempre há uma lição, uma ideia, uma intenção, pois não escrevemos apenas a nossa história, também fazemos parte da história de muitos... mesmo que um dia isso se perca, houve um momento em que pensávamos que duraria para sempre.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
final de temporada no seriado "a vida de Karla"
Nem acredito que amanhã é meu último dia na Unisul... último dia... depois de pouco mais de quatro anos, missão cumprida. Esse foi um dos "feitos" da minha vida, o fim de um ciclo se aproxima, e isso me deixa muito feliz!!!
Foram quatro anos de aprendizado, apesar de eu achar que ainda tenho muito³ a aprender, mas sempre dizem que a gente aprende mesmo é na prática.
Remanescentes da turma original: 5 alunos, de uma turma que no primeiro dia tinha cerca de 52...
Somos os espermatozóides que chegaram ao fim da corrida! Somos vencedores!!! =D
Amanhã, show do namorado na UFSC, praia do sonho, dois aniversários no fim de semana, sendo um deles o do meu companheiro de jornada, Cau.
Feliz... porque a vida segue, e a cada dia melhor!
Obrigada, Deus!
Foram quatro anos de aprendizado, apesar de eu achar que ainda tenho muito³ a aprender, mas sempre dizem que a gente aprende mesmo é na prática.
Remanescentes da turma original: 5 alunos, de uma turma que no primeiro dia tinha cerca de 52...
Somos os espermatozóides que chegaram ao fim da corrida! Somos vencedores!!! =D
Amanhã, show do namorado na UFSC, praia do sonho, dois aniversários no fim de semana, sendo um deles o do meu companheiro de jornada, Cau.
Feliz... porque a vida segue, e a cada dia melhor!
Obrigada, Deus!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Revoltada, pra variar...
Muito puta com a má vontade dos autônomos... Que merda, além de gastar uma fortuna, você ainda tem que mendigar que eles te retornem uma simples ligação. Tudo é difícil, daí quando retornam, dizem que vão "amanhã", como se eu não tivesse nada pra fazer, e tivesse todo o tempo do mundo pra ficar esperando a boa vontade deles! Que ódio!
Além de puta com essa gente que não pensa que vive da clientela e a trata como lixo...
Muito puta também com a universidade de fundo de quintal aonde estou fazendo meus núcleos livres. Tudo bem que a Unisul é um lixo gigante, ao qual eu espero nunca mais precisar voltar, mas a Ana, minha filha, me acompanha nas aulas desde o segundo ano de curso, e nunca, nunca, nunca foi proibida de ficar comigo, ou qualquer coisa do gênero.
Ela está praticamente se formando junto comigo. Todos os professores a conhecem. Até o pessoal da lanchonete pergunta por ela quando ela não vai comigo, e essa universidadezinha vagabunda vem dizer que a Ana não pode ir comigo às aulas.
A professora, quando eu estava saindo hoje, perguntou se eu já tinha falado com o "pessoal lá da frente" sobre a Ana, porque ela não poderia estar vindo. Fui na secretaria, que fica na porta principal do "enorme" prédio e perguntei pra primeira mulher que eu vi: ô moça, a minha filha não pode ficar nas aulas?, daí ela respondeu: pras aulas, não..., daí eu disse: vou continuar trazendo ela, pois não tenho com quem deixá-la, e saí.
E fiquei pensando: a guria está indo pra aula há séculos, estou quase me formando, ela não incomoda, e chego numa bostinha dessas, que vai durar um mês, no qual eu mal verei qualquer uma daquelas pessoas... se não gostarem, que me tirem da sala, que me processem, que se fodam!
Além de puta com essa gente que não pensa que vive da clientela e a trata como lixo...
Muito puta também com a universidade de fundo de quintal aonde estou fazendo meus núcleos livres. Tudo bem que a Unisul é um lixo gigante, ao qual eu espero nunca mais precisar voltar, mas a Ana, minha filha, me acompanha nas aulas desde o segundo ano de curso, e nunca, nunca, nunca foi proibida de ficar comigo, ou qualquer coisa do gênero.
Ela está praticamente se formando junto comigo. Todos os professores a conhecem. Até o pessoal da lanchonete pergunta por ela quando ela não vai comigo, e essa universidadezinha vagabunda vem dizer que a Ana não pode ir comigo às aulas.
A professora, quando eu estava saindo hoje, perguntou se eu já tinha falado com o "pessoal lá da frente" sobre a Ana, porque ela não poderia estar vindo. Fui na secretaria, que fica na porta principal do "enorme" prédio e perguntei pra primeira mulher que eu vi: ô moça, a minha filha não pode ficar nas aulas?, daí ela respondeu: pras aulas, não..., daí eu disse: vou continuar trazendo ela, pois não tenho com quem deixá-la, e saí.
E fiquei pensando: a guria está indo pra aula há séculos, estou quase me formando, ela não incomoda, e chego numa bostinha dessas, que vai durar um mês, no qual eu mal verei qualquer uma daquelas pessoas... se não gostarem, que me tirem da sala, que me processem, que se fodam!
terça-feira, 5 de maio de 2009
mudando a todo momento
Ontem estava bem tristinha... pra baixo mesmo, com o nariz escorrendo e assado de tanto limpá-lo... com um sono gigante, pensando como seria hoje, nervosa, custei a dormir, e quem me conhece sabe que isso é praticamente impossível!
Acordei cedo, com o barulho dos saltos da vizinha do andar de cima... senti uma enorme vontade de matá-la, porque o sono finalmente estava gostoso.
Depois de hoje, confio a cada dia um pouquinho mais na justiça, contrariando o descrédito que eu costumava dar a ela, tudo se ajeitará, oh sim.
Depois do estágio, prova no CCAA, que corrigida na hora... e eu tiro 98! Oh, como eu sou exibida! Desculpe, mas no meu blog, não serei falsa modesta. Precisava de uma boa nota para massagear meu ego que anda abaixo do c* do cachorro.
Estou feliz!
Volta e meia me pergunto isso - se sou feliz - , e apesar de sentir que falta algo, e sempre faltará, estou de boa, de boa mesmo!
Mais um dia passou, falta menos um dia para eu me formar... se não me formar formalmente, hehehe, pelo menos para passar essa correria de estágios, núcleos, trabalhos, e encheções de saco com professores que eu espero nunca mais ter que cruzar na vida depois disso tudo acabar.
É, nem tudo são flores...
Orando e vigiando...
Hasta!
Acordei cedo, com o barulho dos saltos da vizinha do andar de cima... senti uma enorme vontade de matá-la, porque o sono finalmente estava gostoso.
Depois de hoje, confio a cada dia um pouquinho mais na justiça, contrariando o descrédito que eu costumava dar a ela, tudo se ajeitará, oh sim.
Depois do estágio, prova no CCAA, que corrigida na hora... e eu tiro 98! Oh, como eu sou exibida! Desculpe, mas no meu blog, não serei falsa modesta. Precisava de uma boa nota para massagear meu ego que anda abaixo do c* do cachorro.
Estou feliz!
Volta e meia me pergunto isso - se sou feliz - , e apesar de sentir que falta algo, e sempre faltará, estou de boa, de boa mesmo!
Mais um dia passou, falta menos um dia para eu me formar... se não me formar formalmente, hehehe, pelo menos para passar essa correria de estágios, núcleos, trabalhos, e encheções de saco com professores que eu espero nunca mais ter que cruzar na vida depois disso tudo acabar.
É, nem tudo são flores...
Orando e vigiando...
Hasta!
domingo, 12 de abril de 2009
A uma ausência
Sinto-me, sem sentir, todo abrasado
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal que me consome me sustenta,
O bem que me entretém me dá cuidado.
Ando sem me mover, falo calado,
O que mais perto vejo se me ausenta,
E o que estou sem ver mais me atormenta;
Alegro-me de ver-me atormentado,
Choro no mesmo ponto em que me rio,
No mor risco me anima a confiança,
Do que menos se espera estou mais certo.
Mas, se de confiado desconfio,
É porque, entre os receios da mudança,
Ando perdido em mim mesmo como em deserto.
(Antônio Barbosa Bacelar)
sexta-feira, 27 de março de 2009
Por que as ruas são privadas de totós?
Acho literalmente uma merda, uma falta de respeito de quem tem seu lindo cãozinho, deixá-lo cagar nas ruas. Na verdade, o problema não é a merda em si, mas o fato de ela ficar justamente na calçada. Qual é o problema dessa gente?
Todos os dias, ao levar a Ana para a escola, deparamo-nos com merdas para todos os gostos! Maiores, menores, mais pastosas... Os aromas então... São aquela delícia! Hoje, por exemplo, tinha até uma nova pedida: vômito de cachorro! Sei que era de cachorro porque o vômito era composto de ração.
Mas a culpa não é dos companheiros peludos. Adoro cachorros! Apesar de admitir que a falta de convivência com eles acabou me tornando medrosa, principalmente quando se trata de exemplares de grande porte, mesmo que sejam inofensivos.
O problema são os donos, porcos relaxados, porcos imundos! Se as senhorinhas já estão muito velhas para se abaixarem e catarem as cagadas de seus animaizinhos, que não os levem para o passeio! Porra, é foda ter que caminhar na CALÇADA, que foi criada com essa finalidade, de ser um lugar seguro para os "passantes passarem" sem serem admoestados por carros ou outro tipo de veículo, mas ela é ao mesmo tempo uma zona de guerra, pois há minas para todos os lados!!!
Se você não for atento, pode pisar numa que vai acabar com o seu bom-humor!
Levem seus cachorro para cagar em terrenos baldios, mas melhor do que isso, juntem os charutos "das crianças", ou melhor ainda, se você gosta ou não se importa se o seu cachorrinho está emporcalhando as ruas, deixe que ele comece a cagar dentro da sua casa, em cima da sua cama quem sabe, eu não me importaria... hehe
Falando em charutos, hoje uma surpresa!
Fazia tempo que não via um despacho, mas ao desviar de uma merdinha seca, que ontem ainda tinha o frescor das manhãs, hoje vi numa sarjeta dois charutos, e ainda bem inocente pensei: "Nossa, são charutos? Quem deixaria cair dois charutos no chão e iria embora?" Daí me toquei que perto dos charutos havia uma garrafa de plástico de cachaça vagabunda e um copo quebrado.
Não bastam as merdas caninas, ainda temos que conviver com despachos de pessoas que não têm competência para conseguir alguma coisa, e por isso recorrem a essas ridículas "saídas".
Beijinhos de merda para vocês, e que a pomba-gira nos abençoe! ;)
quinta-feira, 19 de março de 2009
Mudei de idéia...
Lendo o resto do conto, vi que ele estava tão cheio de clichês, pior do que aqueles livrinhos de 1 real vendidos em sebos!
Por isso, desisti de continuar colocando-o aqui.
Ele é trash demais! hehehe
Em compensação, vou colocar uma definição de mulher aqui, espero que gostem!
"Apaixonadas, tolas, libertinas, doidivanas, mexeriqueiras, frívolas, volúveis, ignorantes, sem conselho de representação, fracas, descuidadas, atrevidas, orgulhosas, caprichosas, leva-e-traz, abelhudas, boateiras, más-línguas, maldosas e sob todos os aspectos EMPORCALHADAS COM OS REFUGOS DA ESTERQUEIRA DO DEMÔNIO."
(Esta frase pertence a um Bispo de Londres, da época da Rainha Elizabeth)
E eu adorei a última parte! Além de me identificar com a maioria das "virtudes" por ele citadas, adoro quando as mulheres são colocadas como os restos dos excrementos do Capeta! Muahahahahahaha!!!!
=D
Não, não acho que somos nada disso, mããããs, penso que o legal de acharem que as mulheres de séculos atrás eram bruxas, ignorantes e seres sem alma, deve-se ao fato de que os homens nunca nos entenderão, e aquilo que não entendem, assim como os céticos pensam, simplesmente não tem valor.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Maníaca, eu?
O que posso fazer, se o que me agrada são as pequenas – e desnecessárias para muitos – tarefas metódicas?
E o método é tosco, nada que envolva uma teoria ou objetivo, serve na verdade como atividade terapêutica, e reconheço, isso é um objetivo.
Sabe aquelas escovas tremendamente cheias de cabelos? Em especial as minhas, visto que deve haver mais cabelos nas escovas e pelo chão da minha casa do que na minha cabeça, mas isso não importa, o estresse ainda vai me deixar careca, ou talvez a falta de vegetais na minha vida... mas voltando...
Adoro limpá-las! Parece uma estranha mania (não limpar, porque isso todo mundo faz, mas acho que não do jeito que eu executo a tarefa – hehe), mas eu tiro todos, todos os fios das escovas que tenho, periodicamente.
Mas a maior diversão não é tirar os fios, e sim as sujeirinhas que ficam incrustadas no fundo das cerdas. Para elas, que imagino serem provenientes de fiapos muito pequenos de tecido, penungens que pairam pelo ar, e também de toda a sebosidade que está presente em toda bela cabeleira, para essa sujeirinha em especial uso um instrumento específico, mas que não foi criado para esse fim.
Uso um palito de metal, com pontas “afiadas”, que serve para retirar o excesso de esmalte das unhas. O meu é mais usado para remover as “sujidades” das escovas de cabelo.
E lá vou eu, cerda por cerda removendo cada uma das sujeirinhas até que a escova fique tão limpa, a ponto de você poder usá-la sem nojo, até a próxima semana. =P
Com dinheiro também tenho os meus métodos, mas só quando não estou com preguiça, se bem que isso se estende para qualquer coisa que eu faça.
Adoro arrumar as notas na carteira, que além de seguirem ordem crescente, primeiro as notas mais baixas, as mais altas ficam no fundo da carteira, mas isso acho que todo mundo faz – eu sempre acho que todo mundo faz para que eu não me sinta tremendamente mal por me importar com coisas tão insignificantes – o lance é que se, por exemplo, eu tenho duas notas de um real, fica na frente a que estiver mais “acabadinha”, para eu gastá-la primeiro, e assim ficar por mais tempo com a nota mais conservada.
Isso só pode ser coisa de gente com TOC, porque se eu vou gastar tudo o que tem na carteira mesmo... qual a diferença entre ficar com uma nota mais velha ou mais nova? Nenhuma, eu sei, fazer o quê?
Também adoro cheirar notas novinhas... dinheiro tem um cheiro tão bom quanto o de livros novos, gasolina, roupa nova, manteiga de cacau, carro novo, adesivo ou pamonha!
Tá bom, parei...
terça-feira, 10 de março de 2009
Começar de novo...
É assim, nas pequenas mudanças, que mudamos toda a nossa vida.
Nos pequenos comportamentos aos quais conseguimos nos condicionar (ainda não me condicionei a nenhum, mas sinto que há algo novo começando!); no sofá que será reformado; nos armários dos banheiros que serão melhor aproveitados; nas aulas de inglês; na formatura que se aproxima; no fato de minha pequena crescer um pouco mais a cada dia, e de eu não me furtar de contar isso ao pai dela, mesmo não gostando muito da idéia, não posso privá-la de conviver com ele, um dia.
Sinto isso no meu esforço de "correr" de mentirinha, e de perceber uma musculatura um pouco mais tonificada (?), na tentativa de fazer o amor dar certo com a pessoa que eu escolhi, de aprender com ele, e de permitir que ele aprenda comigo, e é isso...
Nossas vidas são escolhas, e eu quero muito escolher a felicidade!
Não a plena, que não existe, mas a de todos os dias, a de ver que eu sou responsável por mim mesma; de ouvir minha consciência brigando comigo quando como demais, penso demais, desconfio demais, encrenco demais ou gostaria de gastar demais!
As consequências sempre aparecem, cedo ou tarde tudo tem volta, e é muito mais gostoso quando a volta é boa. Quando vem com a experiência satisfatória, aquela que se quer repetir, e não a dura lição que não se quer viver de novo.
Quando os sentidos que criamos para vida se perdem, é hora de criar novos! E acreditar neles... aulas de dramaturgia me fizeram pensar em tragédias, já que nossas vidas são tragédias na iminência de acontecer; por isso criamos os sentidos, a beleza, as necessidades, para nos distrair do caminho que nos leva à morte.
E já que estou construindo sentidos mais felizes e agradáveis, pensemos nos meios e não no fim, porque o fim é igual para todos, o que muda é o caminho que trilhamos até ele, e é nesse caminho, que pode ser mais ou menos tortuoso - isso depende de nós - que está aquilo que chamamos felicidade.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Pois é, pra que?
O automóvel corre
A lembrança morreO suor escorre
E molha a calçada
A verdade na rua
A verdade no povo
A mulher toda nua
Mas nada de novo
A revolta latente
Que ninguém vê
E nem sabe se sente
Pois é, prá que?
O imposto, a conta
O bazar barato
O relógio aponta
O momento exato
Da morte incerta
A gravata enforca
O sapato aperta
O país exporta
E na minha porta
Ninguém quer ver
Uma sombra morta
Pois é, prá que?
Que rapaz é esse?
Que estranho canto
Seu rosto é santo
Seu canto é tudo
Saiu do nada
Da dor fingida
Desceu a estrada
Subiu na vida
A menina aflita
Ele não quer ver
A guitarra excita
Pois é, prá que?
A fome, a doença
O esporte, a gincana
A praia compensa
O trabalho a semana
O chopp, o cinema
O amor que atenua
Um tiro no peito
O sangue na rua
A fome, a doença
Não sei mais porque
Que noite, que lua
Meu bem, prá que?
O patrão sustenta
O café, o almoço
O jornal comenta
Um rapaz tão moço
O calor aumenta
A família cresce
O cientista inventa
Uma flor que parece
A razão mais segura
Prá ninguém saber
De outra flor
Que tortura...
No fim do mundo
Tem um tesouro
Quem for primeiro
Carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa
Que arranje um carro
Prá andar ligeiro
Sem ter porque
Sem ter prá onde
Pois é, prá que?
Pois é, prá que?
Pois é!
.Sidney Müller.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Eu sou duas
Não sei o que me desperta, não sei o que me apaixona. Sei que sou duas: uma é tão boa que qualquer um consegue enganar; a outra é ira. Eu sou ira, medo, tristeza e posse. Quero nos outros o que não tenho em mim mesma.
Quero amor, paz e sossego, justamente porque não sei o que isso significa, nem nunca vou saber. Não se pode dar aquilo que não se tem, mesmo assim eu esperei receber aquilo que nunca havia dado a ninguém.
Eu compro as pessoas, é mais fácil do que ter que lidar com elas, e comigo mesma.
Mas eu não sou tão ruim, ninguém o é. Meu lado bom é tão bom que chora por tudo, é tão bom que se anula pelo outro, é tão bom que não consegue dizer não, é tão bom que sofre por quem não precisa, e dorme sempre tão bem por nunca ter desejado nada de ruim a ninguém, a não ser da boca pra fora.
Cansei da vida dos rigores, dos pudores, das regras.
Queria saber como é cair lá do alto, sentir o frio e a emoção de ver tudo passar depressa, sem dor, apenas o vento e a velocidade que nos dão a sensação de voar para a liberdade.
Sinto uma raiva imensa dentro de mim, e essa raiva é de mim mesma. De não ser quem eu gostaria, de me ver diminuída pelos outros, e de ajudá-los a me ver assim.
Não tenho amigos, não tenho ninguém. Todo mundo nasce e morre sozinho, mas assim também passa a vida inteira. Sempre sozinho.
Eu comigo mesma. Eu, ira. Eu, bondade. O problema é que estamos em desequilíbrio, e ainda não sei quem vai se sobressair, ou se as duas conseguirão se apaziguar. Não sei. Junto com a raiva, há dentro de mim o infinito, o infinito mesmo.
E eu não sou igual a ninguém...
domingo, 1 de março de 2009
Vida de modelar
Ah, as casinhas de massinha de modelar...
Comecei com elas na 6ª série, sem querer. Eu tinha alguma atividade na escola que pedia que fizéssemos um dado, de qualquer material, e o levássemos para a aula. Pensei que seria legal fazer um dado de massinha, mas como não tinha em casa, fui comprá-la.
Desde pequena adorava as massinhas Play Doh, que na época chamávamos de super massa. Eu já tivera alguns potes, e com essa massinha já pudera sentir o gosto (literalmente, porque como boa criança, uma vez provei um pedacinho: é salgada!) de manuseá-la e criar o que quisesse, e eu já fui muito criativa! Vocês verão!
Então... com a nostalgia que esse agradável “brinquedo” me trazia, fui atrás de um pote modelar meu dado. Encontrei um pote de 1kg! Era um sonho! Era branca! Com tudo aquilo poderia fazer meu dado e ainda sobraria muito para que eu usasse do jeito que me apetecesse!!!
Peguei quantidade que equivalia a um ovo de galinha, modelei meu dado, fiz os pontinhos que correspondiam aos números e levei-o para a escola.
Cada um dos alunos mostrou os eu, e depois todos ficariam expostos na sala por alguns dias. Não preciso dizer que no outro dia meu dado já não tinha o formato “cubístico”, característico de todos os dados. Ele estava tão amassado que mais parecia massa de pão “descansando antes de ir para o forno”.
Eu fiquei triste, puta na verdade, porque meu dado criativo virara um chiclete mastigado, mas pensando nisso hoje, e é bem provável que eu não tenha pensado na época, mas aquela não havia sido mesmo uma boa idéia...
Fim da história do dado!
Mas eu chego agora na parte que me agrada de verdade! O que eu fiz com o resto da massinha!
Ah, fiz grandes casa, famílias grandes e felizes em seus carros, que projetados por mim, nada mais eram do que banheiras com divisórias...
Eu pegava livros da minha mãe que tivessem capas-duras, e que suas contra-capas fossem lisas, sem nada escrito nelas. E era sobre estes livros que eu fazia as plantas baixas das casinhas (até hoje adoro ver plantas baixas de imóveis). Fazia a divisória dos cômodos, era a engenheira, e não havia nada que não pudesse ser feito. As casinhas não tinham paredes, e o que determinava se se trataria de uma mansão ou de uma casa de dois quartos, era o tamanho do livro, ou livros, porque às vezes eu juntava dois deles.
Meus dois dicionários da Xuxa (quem tem a minha idade deve lembrar-se deles) viraram uma mansão enorme! Criava a pequena mobília: sofás, poltronas, tapetes, esculturas, pias, camas, cadeiras, mesas, criados-mudos, cobertas, travesseiros, banheiras, almofadas, televisores, vídeos-cassete (na época), aparelhos de som, livrinhos, cômodas, penteadeiras, guarda-roupas, berços, carrinhos de bebê... e cada cômodo tinha um estilo diferente. Ah, também havia banquetas e o balcão em “L” da cozinha.
Ninguém além de mim diria que o pequeno quadradinho era uma televisão, ou que a pequena caixinha aberta com uma alcinha era o carrinho de bebê, mas era, e era tudo meu. Particularmente meu. Era meu pequeno mundo de modelar.
E era tudo branco. Apenas os membros da família eram coloridos. Eles não tinham forma humana. Pareciam gotas, sendo que a parte mais gordinha era achatada para que eles ficassem “em pé”, hehe! Eles eu pintava com canetinha hidrocor.
Azul-marinho era o pai, o filho era azul-claro. A mãe era vermelha, a filha, rosa, e o bebê era de alguma cor clarinha que lembrasse se tratar de um bebê (o que no fundo, era impossível). Reparem aqui que as cores azul para menino e vermelho para menina seguiam os padrões da “normalidade”, na época em que eu achava que não poderia ser diferente. A cor que é de um não poderia ser de outro, com risco de que suas características sexuais fossem afetadas por elas. Eu mudei, mas há ainda quem pense, com veemência, assim –hehe.
Eram a minha família perfeita, com a vida perfeita, sempre perturbada por algum pequeno conflito causado por algum outro homem-gota sem rosto, braços ou pernas. Mas eram os pequenos inconvenientes pelos quais até mesmo uma família perfeita deveria passar de vez em quando.
Depois que essa massinha criou sobre si pequenos cristais, perdeu toda a sua maciez por estar exposta, o que a deixava quebradiça e impossível de modelar novamente, eu a substituí por massinhas coloridas e mais populares, que nunca secavam.
Daí minhas casinhas tornaram-se coloridas, minhas piscina em formato de lago ficou azul, fiz árvores com folhas em dois tons de verde, e florzinhas que decoravam os jardins! Tudo colorido! Misturava cores e tinha mais variedade, novos personagens e situações.
Eu sempre representava a “mamãe”, aquela super-perfeita! Que era amiga dos filhos, boa esposa, feliz, bem-educada, boa amiga, bem sucedida, trabalhava fora, cozinhava bem , tinha bom gosto, era linda... Quando me cansava disso, desmontava a mansão e criava uma casa menor, para uma “mulher independente, jovem e sem filhos”.
Eu era Deus no meu mundinho de mentira. Eu modelava as pessoas, os lugares. Eu criava as situações e os problemas, porque não daria para ser sempre feliz, e seu eu enjoasse de cuidar da casa perfeita que tinha tudo que eu não tinha – e não falo só dos bens materiais, mas do sossego e da sensação de carinho e aconchego de uma família feliz – ; se eu cansasse de brincar que era amada por aquela família de propaganda de margarina que eu não tinha; se eu não quisesse mais ser aquela personagem super-independente que não devia nada a ninguém, tudo bem, eu poderia.
Poderia misturar tudo de volta, ou poderia simplesmente voltar para a vida da menina de 11, 12 anos que usava a criatividade para modelar o que ela, quando menina, acreditava que seria uma grande possibilidade de futuro.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Karla = Márcia + Carlos
Sou a junção dos dois, do melhor e do pior.
Karla é o resultado, hoje, de 24 anos de experiências múltiplas, felizes, tristes, frustrantes, difíceis, arrependidas, sábias... Karla é o resultado de tudo pelo que passou.
Karla ainda busca sua participação especial nesse mundo. Conta ainda com a idéia de ser chamada para fazer a diferença. Pensa nisso desde a infância, esperando o dia em que alguém fosse olhá-la e estendesse-lhe a mão.
Ainda busca a aprovação do outro para existir.
Espera ser salva e resgatada porque seu pai não estava lá, e sempre foi assim, ele nunca veio, e nunca virá. Nem ele, nem qualquer outro homem.
Um senhor de cabelos brancos e barrigudo, como o seu pai, foi o que sempre esperou. Queria que essa pessoa chegasse e lhe dissesse que tudo estaria resolvido, que ela não deveria se preocupar com mais nada.
Mas no fundo, sempre soube que nada disso existia...
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Les Bibous
Adoraria poder sentir novamente o perfume que marcou minha infância. Não que eu o tenha usado durante toda a meninice, mas aquele foi o melhor cheiro que uma infância poderia ter.
Na cidade em que morávamos, houve um tempo em que os perfumes franceses eram mais baratos do que na maioria dos outros lugares que os vendiam. Adorava aquela loja e todas as fragrâncias que misturadas, ficavam com cheiro de “sofisticação”.
Adorava as pequenas amostras, em pequenos vidrinhos, que longos, pareciam miniaturas de tubos de ensaio...
Acho que tive dois vidros do perfume tão especial. Les Bibous era o nome. Sua cor era âmbar, como a da maioria, o vidro era redondo e fosco, e seu nome era escrito em azul, numa letra cursiva, como aquelas de caderno de ortografia. A tampa era de plástico, no formato de um elefantinho azul, sentado. A caixa também era azul, e tinha elementos circenses desenhados sob um céu lindamente estrelado.
E o cheiro, ah... o cheiro! Não sei descrevê-lo, apenas afirmo que ele me evocava boas lembranças.
O último frasco que tive foi quebrado acidentalmente pelo marido de uma tia, na casa da qual passávamos férias forçadas, já que meio que estávamos “fugindo” de um namorado desequilibrado da minha mãe, na época.
Meu “tio” pediu desculpas. O perfume estava sobre o balcão da pia do banheiro. Ele fora lavar as mãos, e ao estendê-las para secá-las na toalha, esbarraram no perfume, que se espatifou no chão.
O banheiro ficou cheiroso por dias, e eu fiquei sem meu perfume. Restou-me apenas a tampa de elefantinho, que eu sempre cheirava para recordar... durante um bom tempo, o elefantinho serviu como adorno na decoração dos quartos que eu criava para as minhas bonecas. Durante um bom tempo, o pequeno elefante azul me acompanhou, de brincadeira.
Não lembro que fim ele teve, mas seja lá qual tenha sido, arrependo-me. Não deveria nunca tê-lo deixado.
Já procurei em inúmeras lojas de perfumes, em sites na rede, mas nunca mais ouvi falar daquela fragrância. Às vezes, acho que aquele doce perfume só existiu para mim, para me dar algum conforto de sentido. Seu aroma fez com que fases não tão boas não fossem lembradas como fases totalmente ruins.
De vez em quando – e hoje mesmo – andando pelas ruas, passo por alguém que exala o cheiro da minha infância, o cheiro doce das minhas recordações...
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Temos algo em comum?
Estive pensando sobre filhos, sobre pais, sobre quem somos. Somos realmente parte uns dos outros. Acho que não pensamos muito a respeito quando somos filhos. As coisas parecem bem naturais, e não haveria de ser diferente, mas quando nos tornamos pais é que percebemos com clareza o poder que temos de viver um pouco mais através dos nossos filhos.
Eles, literalmente, são um pedaço de nós, um pedacinho moldável, cheio de potencial, em quem colocamos muitas expectativas.
Esperamos sempre o melhor para este novo ser, este novo EU, que não sou eu, que se formou de um pequeníssimo pedaço meu, mais o pequeníssimo pedaço de outro.
Outro dia ri sozinha quando a ouvi dizer “mãe”. Grande coisa, já ouvi isso algumas milhares de vezes desde que ela aprendera a falar, e mesmo assim, eu ri, e por um segundo pensei nela, e no que é ter um filho.
Ser pai é finalmente acreditar na vida, na continuidade, e ver nos nosso filhos muitas ações, atitudes, vício e virtudes que vemos em nós mesmos.
O que não gostávamos em nossos pais, esforçamo-nos para que não se cristalize na gente, e por mais que combatamos, sempre carregamos algo deles conosco. Coisas boas e ruins, por vezes escondidas da nossa consciência, na tentativa de negar que carregamos o que mais odiávamos neles.
Um dia as crianças também tentarão se livrar das “amarras” que colocamos nelas sem qualquer má intenção.
Bons pais não têm más intenções para com seus filhos, têm somente amor, e um enorme medo de falhar.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
TCC... acabou!!!
Oh Deus...
Acabou, e isso é um alívio imenso!!!
Dias e dias lendo, escrevendo, apagando, mudando... Ontem mesmo passei mal, e estava na frente do computador escrevendo as últimas coisas do "bendito"... saí dali, deitei, e dormi pensando no que não tinha concluído, pensando que uma coisa ou outra, poderia ter sido escrita diferente. Não quero mais olhá-lo criticamente, porque sempre vou encontrar algo que poderia ter ficado melhor, mais profundo.
Enfim, é um filho que está para nascer!
E teremos três parteiras para segurá-lo! (Bau, Ramayana e Alessandra) hehehe
Espero que ele seja bem recebido, pois no final das contas, foi feito com amor! =D
Mais uma etapa pela qual espero passar, e que venham muitas outras!
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