não tem muito sentido, nada tem sentido, a menos que coloquemos sobre qualquer coisa a intenção do sentir. não é nada muito lírico, nem bonito e nem poético. passaram os dias com a noite especial abarrotada de comida boa e os farofeiros tiveram três (!) variedades de farofa para se empapuçarem. a gente come, se embriaga, ri e ouve músicas ruins com um sentimento de nostalgia sem igual. nos embalamos e nos nauseamos; dormimos e comemos sobras, muitas delas. nos frustramos com a sobremesa que não era doce o bastante, não era saborosa o bastante, não tinha gosto de nada. o nada sempre nos desaponta. queremos sentir a doçura; melhor é o açúcar queimando a garganta do que a apatia do bege sem sabor. melhor se foder com gosto do que estar afundada na cama.
depois da interação com um número maior de pessoas do que de hábito, me sinto letárgica, cansada. gosto mesmo é de ficar afundada na cama. mesmo que o dia esteja azul, mesmo que a rua chame... me olho no espelho e fico assustada com minhas olheiras, parecem cada dia maiores, não importa quantas horas eu durma. concluo, então, que melhor mesmo é se foder com gosto.
quero que a vida me foda assim, como quem não quer nada, como foi da última vez. andando pela calçada, no frio, depois da meia-noite; mas desta vez, por favor, que além de me foder, me ame.
para ler ouvindo: gente aberta - Erasmo Carlos
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