terça-feira, 5 de novembro de 2019

faz três dias que meu corpo dói. sinto como se tivessem me ateado fogo. minha pele dói, minha espinha urra, minha cabeça dilacera, minha nuca arde. as vontades se desfazem todas em suor durante a noite, quando me reviro, me reviro, me viro. a coberta me esquenta e me agonia, mas não consigo ficar sem ela. a dor se intensifica ou é amenizada pela posição fetal em que me encontro. vai passar, não vai? quando fecho os olhos, as palavras vêm como em um teleprompter acelerado. não dou conta de lê-las, de interpretá-las, de entendê-las. elas vêm me atropelando, marcadas em negrito e eu sequer consigo... me tonteiam, e seguem sem parar, noite adentro, me enojando, me fazendo sentir maluca, como se o sonho metalinguístico não fosse acabar nunca. por favor, tira-me daqui. acorda-me porque não quero mais dormir.

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