quinta-feira, 3 de outubro de 2019

sobre o controle

controlar. segurar firme nas mãos e não deixar escapar. por medo do abandono, por medo de falhar, por medo. queremos sempre controlar o que não temos controle, o que está fora de nosso alcance, além de nós. o que está em nós, o que somos, o que apenas nos cabe e compete, deixamos de lado. eu deixo de lado; só por mim posso falar. meu modo de agir, de ser e de pensar. é sobre isso que tenho controle, mas os modos parecem fugidios e escapam à minha percepção. agem à revelia. me sabotam, como se eu não fosse capaz de domá-los, sendo eles eu mesma. foco no externo, fugindo de mim, tentando com isso tampar meus buracos, preenchê-los. e o faço com sucesso, mas ao contrário, enchendo-os de desassossego, de aflição, de ânsias idealizadas que me reviram o estômago e me cansam a mente. não basta perceber o todo, é preciso atuar sobre ele. é preciso se moderar, se modelar, se forjar para caber em si mesmo e ali ficar. dentro da minha forma, atuando em mim é o que posso fazer.

2 comentários:

  1. Oi, Karla!
    Fazia tempo que não acompanhava mais o seu blog! Fiquei feliz ao ver novas postagens!
    Essa sua escrita de palavras e sentimentos é, sem dúvida, uma forma de "partilhar a alma". Você me fez lembrar de um trecho de um texto de uma brilhante jornalista e escritora gaúcha, Eliane Brum. Veja: "Porque uma frase só existe quando é a extensão em letras da alma de quem a diz." (do livro A vida que ninguém vê - http://elianebrum.com/livros/a-vida-que-ninguem-ve/).
    Sucesso,
    Mari
    p.s. espero que ainda lembre de nossos encontros de Leitura e Formação de Leitores!

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    1. Mari, muito obrigada pela visita. Para mim, é uma honra ter você por aqui. Nem preciso dizer que isso quer dizer que sim, me lembro perfeitamente dos nossos encontros.
      Eliane Brum é excelente, mas nunca li nenhum livro seu. Vou buscar. Obrigada pela recomendação! Beijo carinhoso

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