sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Sagacidade aristofânica:

o prazer não é o que atrai os amantes, mas aquilo que permite que, saciados, possam separar-se! O prazer não é um fim como meta, um fim teleológico da atividade amorosa. O prazer é um fim como extremo, que consuma e encerra o movimento do desejo, é o fim escatológico do desejo. De modo que não é o gozo o que determina o amor, mas apenas o que permite a calma desse ardor e assim tempera os ânimos da natureza humana. Assim, o amor portador do gozo é o que lhe cura a indigência da cisão primordial e ao mesmo tempo o que permite uma vida harmoniosa a cada uma das caras-metades humanas."



Em Arqueologia dos Prazeres, de Fernando Santoro

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