finalmente chegamos neste dia. agora você tem a idade que eu tinha quando engravidei de você. muito longe de almejar que padrões se repitam, penso agora em como somos diferentes, em como você está sendo diferente do que fui na sua idade... e é assim que tem que ser, ainda bem. as vivências não foram iguais, mas também foram porque falar de ser mãe compreende igualmente o papel de ser filha. as mulheres que nos tornamos. eu ajudei a te forjar e você a mim. uma moldando a outra sem formas terminadas. de todas as coisas que eu disse que não faria e fiz, de todas as coisas que não fiz e disse que faria como mãe, uma tenho certeza que se manteve: a de criar você pro mundo.
nunca te quis pra mim, dentro de uma caixinha, porque a sua caixinha é muito grande. não tem bordas, muros, tampas nem limites. a sua caixinha é lá fora. vai pro mundo, filha. sei que, por enquanto, ainda estás aqui, debaixo das minhas asas, mas sei que logo esse passarinho voa; está cada vez mais perto desse dia. quando ele chegar, eu espero que você saiba que, por mais que a vida lá fora não seja nada fácil, sempre terás um ninho pra te acolher durante as tempestades. te amo. feliz 18!