segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sobre ganhar e perder

A vida acontece naquele palco do qual já falei antes. Nesse palco, encenamos tantos papéis e tantas vezes...  até que as cortinas se fechem no momento derradeiro em que nosso espetáculo se acaba.

As luzes se apagam. Voltamos para o mundo. Viramos estrelas. 

Enquanto pisamos nesse palco, no assoalho de madeira que estala sob os nossos pés, contracenamos com muitos atores. Me apaixonei um dia por um ator e, por causa dele, conheci sua família linda de não atores. Pessoas de verdade, mas que atuam todos os dias pra vida ser um pouco mais fácil do que ela é de fato. Pessoas especiais com quem eu tive a oportunidade de conviver brevemente, mas que me causaram das melhores impressões que podem haver, que são a impressão do amor, do acolhimento, do afeto.

O patriarca deles foi embora e eu quis vir vê-los, quis estar por perto para ajudar no que eles precisassem, mas quem foi ajudada fui eu. Mesmo no momento mais difícil pelo qual poderiam passar, o amor estava ali, está aqui, e eu pude senti-lo. Sabe quando você quer dar, mas acaba recebendo? É assim.

Para a família, as cortinas de um palco se fecharam mas, logo em seguida, se abriram novamente, porque é assim que a roda da vida gira, sempre voltando ao ponto de partida. A vida sempre se renova, essa é a sua beleza, não é? 

A vida se renova, as histórias se cruzam, e percebemos que o que nos aproxima é mais forte, mais bonito e mais importante do que aquilo que nos distancia. A paixão se arrefeceu, como acontece com todas elas, mas isso não quer dizer que os laços precisem se desfazer; ao contrário, eles se estreitam, e estreitar os laços com quem nos faz bem é sempre ganhar e isso equilibra as perdas. Sigamos. 
 

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